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A cantora e fot&oacute;grafa Marcela Bonfim lan&ccedil;a o single &ldquo;Tereza&rdquo;, que integra o aguardado EP Amaz&ocirc;nia Negra. Com patroc&iacute;nio da Natura Musical, a faixa homenageia Tereza de Benguela, l&iacute;der do quilombo Quariter&ecirc;, e resgata o protagonismo de mulheres negras na hist&oacute;ria da Amaz&ocirc;nia. Misturando samba e soul, a can&ccedil;&atilde;o refor&ccedil;a a presen&ccedil;a e o poder de articula&ccedil;&atilde;o dos povos negros na floresta. Tereza de Benguela foi uma mulher negra refugiada da escravid&atilde;o que liderou um dos mais emblem&aacute;ticos quilombos da regi&atilde;o amaz&ocirc;nica, no Vale do Guapor&eacute;, fronteira entre Brasil e Bol&iacute;via. Sua lideran&ccedil;a estruturou o quilombo do Quariter&ecirc; com parlamentos, agricultura, educa&ccedil;&atilde;o e defesa, unindo negros e ind&iacute;genas em um modelo de comunidade aut&ocirc;noma e politicamente organizada. A for&ccedil;a desse projeto gerou a persegui&ccedil;&atilde;o da Coroa portuguesa, que capturou e executou Tereza em 1770. Mesmo diante da viol&ecirc;ncia colonial, sua mem&oacute;ria se manteve viva no territ&oacute;rio: chamada de louca por seus opressores, foi reconhecida como rainha por seu povo. Tereza negociava com autoridades coloniais, articulava estrat&eacute;gias de sobreviv&ecirc;ncia e garantia a prote&ccedil;&atilde;o de sua comunidade &mdash; demonstrando intelig&ecirc;ncia diplom&aacute;tica, vis&atilde;o pol&iacute;tica e coragem hist&oacute;rica. O single chega acompanhado de um videoclipe gravado no Vale do Guapor&eacute;, no quilombo do Forte Pr&iacute;ncipe da Beira, em Costa Marques (RO), na divisa com a Bol&iacute;via. O EP completo ser&aacute; lan&ccedil;ado em novembro. &ldquo;Cantar a Amaz&ocirc;nia Negra significa tocar em muitas hist&oacute;rias de invisibilidades como a de Tereza de Benguela, uma mem&oacute;ria v&iacute;vida da regi&atilde;o amaz&ocirc;nica, t&atilde;o pouco rememorada. A escravid&atilde;o, a seringa, o garimpo, o pasto esconderam e ainda escondem o protagonismo de muitos legados negros que poder&atilde;o ganhar for&ccedil;a com o canto&rdquo;, afirma Marcela.
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A faixa evoca impon&ecirc;ncia e leveza &mdash; com ginga, ancestralidade e firmeza. A voz de Marcela traduz a pot&ecirc;ncia da resist&ecirc;ncia negra feminina, trazendo &agrave; tona uma hist&oacute;ria pouco lembrada e ainda assim fundamental. A composi&ccedil;&atilde;o convida o ouvinte a uma viagem sens&iacute;vel pelo tempo, refor&ccedil;ando a import&acirc;ncia da mem&oacute;ria e da valoriza&ccedil;&atilde;o das narrativas negras na forma&ccedil;&atilde;o do Brasil. Com dire&ccedil;&atilde;o criativa da pr&oacute;pria artista e produ&ccedil;&atilde;o de Agrael de Jesus,&nbsp;o clipe prop&otilde;e uma imers&atilde;o visual no territ&oacute;rio do quilombo. &ldquo;&lsquo;Tereza&rsquo; &eacute; uma hist&oacute;ria que me deu for&ccedil;a ao reconhecer a presen&ccedil;a de uma economista, diplomata e l&iacute;der na Amaz&ocirc;nia &mdash; em pleno per&iacute;odo escravocrata, enfrentando uma Coroa mergulhada em&nbsp;ignor&acirc;ncias. Seu brilhantismo causou tanto inc&ocirc;modo que ela se tornou alvo. E disso nasce um legado: o da intelectualidade de uma mulher que foi Rainha, refer&ecirc;ncia e inspira&ccedil;&atilde;o&rdquo;, completa. O projeto Amaz&ocirc;nia Negra nasceu a partir do trabalho audiovisual da artista com o (Re)conhecendo a Amaz&ocirc;nia Negra &mdash; s&eacute;rie de retratos e registros que revelam a presen&ccedil;a negra na floresta. Por meio de fotografias, relatos e viv&ecirc;ncias, Marcela confronta a invisibiliza&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica desses povos e agora, com a m&uacute;sica, amplia ainda mais esse processo de resgate e reexist&ecirc;ncia. O novo trabalho de &nbsp;Marcela Bonfim foi selecionado&nbsp;por&nbsp;Natura Musical no Edital de 2022, ao lado de nomes como Brisa Flow, Stefanie, Canto Sagrados Kariri-Xoc&oacute;, Festival Latinidades, Circuito&nbsp;Manacaos, Malka Julieta e Quilombo Groove. Ao longo de 20 anos, Natura Musical j&aacute; ofereceu recursos para mais de 600 projetos, entre nomes consagrados como Emicida, Russo e Ant&ocirc;nio Carlos e Jocafi, Dona Onete e Jo&atilde;o Donato; artistas em ascens&atilde;o como Linn da Quebrada, Rico Dalasam; e projetos de registro e fomento de cenas, como Os Tinco&atilde;s e Mostra Pankararu de M&uacute;sica.

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Natura Musical apresenta “Tereza”: novo single de Marcela Bonfim reverencia o legado da resistência negra na Amazônia

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